A primeira intervenção do Pibid Sociologia no colégio Thales de Azevedo realizou-se de forma continuada e em quatro etapas. Num primeiro momento, as/os bolsistas divididos em turmas diferentes, apresentaram o tema sobre gênero e sexualidade, lançaram perguntas e ouviram as/os estudantes no que diz respeito a “coisas de meninos e coisas de meninas”. A partir disto, foi confeccionado um mural explicativo, classificando coisas de meninos, coisas de meninas e coisas que servem para ambos, de acordo com a temática e a vivência cotidiana das/os estudantes.). Foi um momento inicial voltado para saber as concepções das/dos estudantes sobre o que é gênero, e que a partir daí as dinâmicas em cada sala foram um pouco diferentes; o produto final - o mural - foi registrado em todas as turmas e este será recuperado em diversos momentos das próximas intervenções para explicações mais aprofundadas da temática.
No segundo momento foi apresentado um esquema, através de slides didáticos
explicativos, os significados dos conceitos que estão compreendidos dentro tema
gênero e sexualidade (gênero, identidade de gênero, orientação sexual,
expressão de gênero). Foram retomadas as frases e ilustrações do mural do
primeiro momento para exemplificar que no senso comum tem-se uma ideia
equivocada (ou negligenciada) destes conceitos e que disto reverbera na falta
de respeito quanto a individualidade dx outrx, opressões, violências de gênero
etc. Na sequência, abriu-se um debate para a turma onde, com a mediação
das/dos bolsistas, provocações acerca do tema e sobre reflexões quanto a
postura delas/es quando se deparam com situações como estas, seja no colégio ou
na vivência diária.
O terceiro momento da intervenção teve como enfoque
trabalhar questões relacionadas à violência de gênero, tanto associadas ao
feminicídio quanto à LGBTQfobia. Para pautar tal ação, foram usados vídeos e
cartilhas, os quais foram discutidos em sala de aula. Primeiramente, os
discentes assistiram a “E se fosse com você (Por que criminalizar a homofobia?)
- Põe na roda” e “Encontrando Bianca”, com o intuito de que se introduzissem
questões aos alunos, para que, assim, reflexões fossem dadas. Em seguida, a
sala foi dividida em quatro grupos, sendo entregues cartilhas (previamente
elaboradas pelos bolsistas) a cada estudante – com o tema aqui apontado – as
quais continham cartoons, da cartunista Laerte, e texto de cunho informativo, o
qual continha dados estatísticos em forma de gráficos. Com isso, foi possível
embasar tanto uma pequena discussão, sobre o assunto, considerando uma
liberdade de posicionamento das/dos estudantes, tida em sala de aula, quanto a
última etapa da intervenção, a que as/os alunas/alunos elaborarão cartazes
sobre violência de gênero, socializando as questões, pertinentes ao tema, em
boa parte do colégio.
No quarto momento @s estudantes foram divididos em equipes com a
proposta de construção de um mural que abordasse os conceitos trabalhados e a
questão da violência de gênero e a transfobia. Tratando-se de uma produção
independente foi nessa fase em que vimos de forma mais clara o resultado de
todo o processo dessa intervenção. O mural foi tanto um objeto de informação
para o todo da escola, quanto um método de sensibilização para @s estudantes
que o construíram, além de um instrumento de empoderamento para aqueles e
aquelas que sofrem com a violência de gênero.