10 de dez. de 2014

Postado por PIBID Sociologia UFBA
| quarta-feira, dezembro 10, 2014
Com o objetivo de promover a reflexão sobre o Dia da Consciência o PIBID Sociologia no CEEP Isaías Alves promoveu no dia 19/11/2014 o evento Empoderamento de Mulheres Negras , que contou com quatro palestrantes, mulheres negras, que falaram sobre suas trajetórias e estratégias de superação do racismo. 



Confira o áudio da entrevista de divulgação do evento para a rádio Educadora FM

Márcia Nascimento, graduanda do curso de Ciências Sociais, da Universidade Federal da Bahia e representante do Instituto ODARA, contou que antes de passar no vestibular da UFBA trabalhava como empregada doméstica para uma família majoritariamente branca. Segundo ela, enfrentou momentos difíceis e teve que driblar o preconceito de sua antiga “patroa” que, a todo momento, tentava desanimá-la e não acreditava em sua capacidade intelectual:“Eles pensam que nosso espaço é só na cozinha! Ela me dizia que eu não tinha chance de ser aprovada na seleção da UFBA! Minha patroa falava que eu sonhava muito! Quando consegui passar no vestibular, ela disse que fui aprovada, apenas, por causa do sistema de cotas”. A futura Cientista Social afirmou não que não possui vergonha em dizer que obteve a aprovação através do sistema de cotas. “Afinal de contas, as políticas afirmativas são reparações históricas de um processo de exclusão social”, frisou. 

Vestidos, blusas, calças, saias, sandálias, brincos e agendas. A moda afrobrasileira ganha força com o talento de Madalena Bispo. Uma mulher negra que resolveu criar uma grife em homenagem à cultura e à ancestralidade afrodescendente. Imprimir identidade e resistência ao vestuário é o grande símbolo da NEGRIF, idealizada e criada por Madalena, mais conhecida no movimento negro por “Madá”. A designer de moda disse que, no início da carreira, tinha a Revista Raça como referência de periódico sobre moda. A jovem estilista não enxergava a VOGUE e outras publicações como exemplos que pudessem ajudá-la na elaboração das peças artísticas. “ Eu não queria seguir os padrões de beleza impostos pela VOGUE! Meu objetivo era fazer uma moda que representasse uma construção identitária, uma moda que fosse minha cara, que fosse igual a mim!”, declarou Madalena, afirmando ainda que veio de uma família de mulheres negras guerreiras e fica muito feliz em saber que as mulheres que vestem a NEGRIF são mulheres que sabem o que querem, visualizam nas roupas uma resistência. 

A arquiteta e representante da Diretoria de Projetos Habitacionais da SEDUR, Rosenilda Sousa, destacou alguns episódios de racismo nos quais passou durante o curso na UNIFACS. A arquiteta explicou que à frente de projetos arquitetônicos em comunidades rurais, especialmente, comunidades quilombolas, o objetivo não se restringe a construir e entregar as casas. Segundo ele, o trabalho consiste em tentar fazer um empoderamento comunitário envolvendo uma articulação com outras Secretarias Estaduais com o intuito de fomentar o acesso às demais políticas públicas. “ A gente quer levar cidadania, levar dignidade à essas comunidades que sofrem tanto com a miserabilidade e pobreza em nosso país!’, frisou Rosenilda. A atividade foi um estrondoso sucesso e contou com a participação de todo o corpo docente e discente do turno noturno do CEEP Isaías Alves. 
 Acesso à divulgação do evento na imprensa local: 

http://www.bahianoticias.com.br/noticia/163407-ufba-realiza-debate-sobre-empoderamento-das-mulheres-negras.html 
http://www.agenda.ufba.br/?tribe_events=pibid-ufba-promove-debate-sobre-empoderamento-das-mulheres-negras
http://www.ladislauleal.com.br/2014/11/ufba-realiza-debate-sobre-empoderamento.html Confira algumas fotos do evento