No dia 22 de agosto de 2014, ocorreu
mais uma atividade dentro da temática de Gênero e Sexualidade, da segunda
unidade do Colégio Estadual Odorico Tavares. Sob a supervisão do prof. Cícero
Muniz, os bolsistas Rômulo Iago, Taiala Águilan e Rithiane Almeida promoveram a
atividade Gênero e família: discutindo o
papel da mulher a família escolhida, com as turmas 3M5 e 3M6.
A atividade, caracterizada enquanto uma roda
de conversa iniciou-se com a retomada da temática da atividade anterior,
seguida de um debate sobre a propaganda “Minha família é essa Coca-Cola toda” (disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=c6YegtzyCVk), postado no grupo do Facebook das
turmas, no dia anterior. Após isso, foi-se ressaltando através da contribuição dos
estudantes, mediante perguntas feitas e experiências compartilhadas, o caráter
social e histórico da família e dos papéis de seus membros.
Essa discussão partiu do
questionamento acerca da verossimilhança da representação familiar presente na
propaganda e da ideia de família que os estudantes possuíam, notadamente, a
família nuclear, enquanto “família completa”, que contrastava com a família que
a grande maioria deles possuía. Desse modo, ao longo da discussão, foi possível
travar análises capazes de proporcionar a desnaturalização da ideia de família
nuclear enquanto único modelo de família legítimo e completo. Isso ocorreu por
meio do enriquecimento da discussão com a retomada do debate sobre gênero e
relacionamentos, que foi desenvolvida na atividade anterior.
Em seguida, foram feitos
questionamentos acerca do papel da mulher dentro do casamento ao longo da
história – e como esse não se modifica apesar da reconfiguração da mulher
dentro da sociedade. A partir daí, a discussão foi levada a outro patamar de
reflexão, de questionamento do padrão heteronormativo que incide sobre a
família. Trazendo à baila a existência dos relacionamentos homossexuais, e como
ao fugirem desse padrão – ainda que seja comum a tentativa de transposição da
visão heterossexual para homossexuais, o que foi ricamente pontuado pelos
próprios estudantes – eles permitem uma abertura à negociação acerca dos papéis
de cada um dentro da sua família, nominada por Giddens (2011) de famílias
escolhidas. A discussão, com um fechamento frisando a capacidade de um casal
homossexual criar uma criança e formar uma família, durou 50 minutos com cada
turma.
A partir disso, percebe-se que foi
possível contribuir para que os estudantes ampliassem um pouco mais a sua
capacidade de rever criticamente sua realidade. Provavelmente outros elementos
para estimular a participação fossem necessários, mas a questão da mídia
enquanto agente reforçador dos padrões excludentes da maioria das famílias foi
bastante contundente e eles trouxeram uma série de exemplos e perceberam uma
série de incongruências da realidade com os arquétipos midiáticos. Com esta
atividade, conseguiu-se debater uma questão pública em destaque atualmente,
interconectando-o ao tema da unidade. O PIBID Sociologia UFBA ficou feliz com a
contribuição dos alunos e promete mais novidades; atividades cada vez mais
participativas virão.